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Um produto pouco conhecido pela maioria dos investidores brasileiros, mas que vem ganhando muito destaque é o Certificado de Operações Estruturadas (COE). O COE é uma espécie de pacote, ou seja, um investimento que combina elementos de Renda Fixa e Renda Variável com retornos atrelados a ativos e índices como câmbio, inflação, ações, ativos internacionais, entre outros.

O COE é a versão brasileira das tradicionais Notas Estruturadas, muito populares nos mercados mais desenvolvidos como Europa e Estados Unidos. É estruturado com base em cenários de ganhos e perdas, selecionados de acordo com o perfil de cada investidor.

Esse produto tem chamado muito a atenção dos investidores devido a infinidade de possibilidades que ele permite, tendo como uma das principais características a criatividade e flexibilidade. Ele dá acesso ao investidor participar de diferentes cenários, e não apenas na alta ou na baixa de um determinado ativo.

Logo, o investidor pode estruturar um COE de acordo com o seu perfil. Partindo de um ativo qualquer (ações, uma cesta de ações no brasil ou no exterior, índices, commodities, moedas, uma cesta de moedas, etc) o investidor pode ganhar na alta, na baixa, na manutenção do preço caso o ativo “ande de lado”, caso o ativo flutue dentro de um intervalo, pode também ganhar uma taxa fixa caso ocorra algum cenário específico com o ativo, entre outras possibilidades.

Veja o vídeo e tire suas dúvidas sobre COEs: Apresentação completa sobre o Certificado de Operações Estruturadas

Como funciona o COE

O COE é um pacote montado através da combinação de um título de crédito emitido por uma instituição financeira com estratégias usando derivativos. Apesar do COE ser composto por um ou mais ativos acrescido de estratégias em derivativos, para o investidor ele é um único ativo que irá compor sua carteira de investimentos.

Os ativos que compõe o COE são constituídos de forma a perseguir uma estratégia pré-determinada. Ao criar o COE, o emissor estrutura pacotes de cenários para o desempenho de um ativo, cesta de ativos ou indexador, podendo ser nacional e também internacional.

O COE pode ser emitido em duas modalidades:

  1. Valor Nominal Protegido: o emissor garante ao investidor pelo menos o valor principal investido, mesmo que o pior cenário possível ocorra.
  2. Valor Nominal em Risco: há possibilidade de perda para o investidor até o limite do capital investido.

COE: principais características

O COE pode ser montado de acordo com a vontade do investidor atendendo aos mais diversos perfis. Além da criatividade e flexibilidade, já mencionadas, podemos destacar as seguintes características dos COEs:

  • Vencimento do investimento pré-determinado
  • Valor mínimo de aporte
  • Indexador local ou internacional
  • Cenário de ganhos e perdas no vencimento, conhecidos desde o início da operação
  • A tributação segue a tabela regressiva de Renda Fixa
  • Adapta-se a diferentes perfis de investidor. Porém o perfil deve ser compatível com o produto (COE)
  • Fluxos de pagamento no vencimento ou periódicos

COE: benefícios para o investidor

As próprias características dos COEs e a enorme flexibilidade que ele proporciona já são ótimas vantagens para os investidores.

O investidor que está habituado e se sente mais confortável em operar um determinado tipo de ativo, pode estruturar COEs conforme sua vontade e perfil: Ações, Índices, Renda Fixa, Moedas, Commodities, Inflação, títulos de crédito privado, uma cesta de ativos, etc.

O objetivo do investidor também pode ser moldado pelos COEs: principal protegido, maximização de ganho, diversificação, acesso a outros mercados ou hedge.

Seja qual for a visão de mercado do investidor, ele pode compor COEs para perseguí-la: viés de alta, viés de baixa, mercado lateral, alta volatilidade, baixa volatilidade, oscilação dentro de um intervalo ou até um evento específico.

Podemos adicionar a essa lista os seguintes benefícios ao investidor:

  • Diversificação e acesso a novos mercados em um único investimento
  • Internacionalização sem a necessidade de enviar recursos ao exterior e sem correr risco cambial
  • Possibilidade de customização por parte do investidor, respeitando os requisitos mínimos exigidos pelo emissor
  • Custos mais baixos se comparados a investir nos ativos e derivativos separadamente
  • Fácil acompanhamento do desempenho, pois aparece como um único ativo na conta do investidor
  • Tributação única

COE: riscos

Dentre os riscos oriundos do investimento em COEs, destacam-se:

  • Risco de crédito do emissor: a instituição financeira emissora do COE é responsável por honrar os pagamentos dos certificados. Esse investimento não conta com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
  • Há possibilidade de resgate antecipado, mas, neste caso, está sujeito à marcação a mercado e, portanto, sem garantia do principal investido.

COE: imposto de renda

A incidência é única e ocorre no momento do resgate. Segue a tabela regressiva aplicada para investimentos em renda fixa.

Logo, é bem mais vantajoso do que investir nos vários ativos separadamente, sobre os quais incidiriam os respectivos impostos.

Como investir em COEs

O COE é sempre emitido por um banco e registrado na Cetip, podendo ser distribuído pelo próprio banco, por uma corretora ou uma distribuidora de valores.

A XP Investimentos, por não ser um banco, não pode emitir um COE. Entretanto, apresenta a vantagem de poder distribuir COEs emitidos por diferentes instituições, oferecendo aos investidores diversificação quanto ao risco de crédito e ativos subjacente.

Documentação necessária:

  • Termo de ciência de risco: assinado uma única vez pelo investidor, dando ciência dos riscos do COE.
  • DIE (Documento de Informações Essenciais): documento com explicações sobre o funcionamento, fluxo de pagamentos e riscos do COE. Entregue ao investidor antes da realização de cada investimento.
  • Termo de adesão: assinado pelo investidor, confirmando o recebimento do respectivo DIE.